Vereadores propõem CPI para investigar gestão de Majorri Santiago

Os vereadores Chê Santos e Arly Manoel apresentaram, na segunda-feira (18), durante Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Floresta do Araguaia, um requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no município. A CPI seria aberta para investigar a gestão da prefeita Majorri Santiago e o impressionante montante de R$ 2.343.061,00 torrados em diárias pelo poder público municipal.

De acordo com o Requerimento 003/2023, elaborado pelos vereadores, a CPI é necessária para averiguar possíveis concessões irregulares de diárias de viagens a servidores públicos da prefeitura e da Secretaria de Saúde. O período citado pelo vereador compreende todo o mandato de Majorri – janeiro de 2021 até maio de 2023.

De acordo com o relatório dos vereadores, a concessão diárias levanta uma série de suspeitas, pois os objetivos das viagens não estavam adequados às funções exercidas pelos servidores em questão nem aos órgãos que estavam vinculados.

Apesar do amplo relatório e das justificativas apresentadas, somente os vereadores Chê, Arly e a presidente da Casa de Leis, vereadora Pedra Santos, assinaram o pedido. A maioria da Casa rejeitou o pedido.

“Infelizmente foi rejeitado o nosso requerimento, pois só tem a assinatura de nós três. Nós precisávamos de pelo menos quatro e só temos essas. Essa CPI é pra gente justificar pro povo de Floresta do Araguaia o que foi feito com R$ 2.343.061,00” explicou o vereador Chê.

Para o vereador Arly, o valor pode ser até maior do que o denunciado. “Esse levantamento foi feito até maio desse ano. Ou seja, o valor pode estar mais alto. Eu acredito que já pode até estar passando dos R$ 3 milhões. A gente queria saber que fim levou esse dinheiro.”

Essa não é a primeira vez que os vereadores tentam investigar o mesmo fato. Em 2021, os vereadores apresentaram requerimento de abertura da CPI, mas a maioria também o rejeitou. À época, o valor era de R$ 700.000,00.

Valor absurdo

Considerando o valor apontado pelo vereador Arly, de quase R$ 3 milhões, seria possível ir e voltar a muitos dos locais apontados nas diárias muitas e muitas vezes.

Seria possível, por exemplo, viajar a Belém de ônibus 12 mil vezes.

À Marabá, outro destino recorrente nas diárias, seria possível ir 25 mil vezes.

À Brasília, 9 mil vezes.

Com o mesmo valor, também seria possível comprar 50 carros populares ou 33 mil cestas básicas.

Resposta dos vereadores

O portal A Notícia entrevistou alguns parlamentares que votaram contra o pedido de CPI e as respostas seriam cômicas se não fossem trágicas.

O vereador Irmão Renato não deu muitas explicações. “No meu entendimento como parlamentar, achei por bem não voltar a favor da CPI.”

O vereador sargento Jotinha também não. “Nós temos direito de decidir aprovar ou reprovar algum requerimento. A minha decisão foi reprovar.”

Já o vereador Baby, por falta de conhecimento ou de forma proposital, explicou que sabe que o certo seria assinar o requerimento da CPI, mas não o fez. “Eu tomei a decisão [de não assinar], sei que tá errado, mas foi o que decidi.”

Resposta do governo

Do outro lado, a gestão de Majorri Santiago não comentou o assunto. Fica o espaço aberto para o governo dar a sua versão sobre os fatos.