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Marabá: passarinheiro morto por segurança da Vale pode ter sido torturado

Há um ano, Reginaldo Pereira foi assassinado às margens da Estrada de Ferro Carajás quando estava passarinhando. Investigação avalia vídeos, que podem comprovar que Reginaldo, após o tiro, foi torturado pelos vigilantes da empresa

23/05/2023 15h56
Por: Kleysykennyson Carneiro
Marabá: passarinheiro morto por segurança da Vale pode ter sido torturado

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil está muito perto de elucidar um dos mais bárbaros crimes registrados no sudeste do Pará no último ano: o assassinato de Reginaldo Pereira de Oliveira, de 46 anos, ocorrido em 14 de maio de 2022. Reginaldo estava passarinhando às margens da Estrada de Ferro Carajás, a altura do São Félix, quando foi atingido por um disparo em sua perna; a bala atingiu a artéria femoral.

O disparo foi dado por Jonathas de Oliveira Soares, segurança que prestava serviço para a mineradora Vale. De acordo com a versão apresentada pelo vigilante, Reginaldo estaria roubando às margens da rodovia. No entanto, essa versão nunca foi comprovada e o inquérito policial está muito próximo de incriminar ainda mais os seguranças.

De acordo com o que foi apurado pela reportagem do portal Correio de Carajás, Jonathas e seu colega de trabalho, Diogo da Silva Melo, faltaram a uma audiência do Departamento de Homicídios no último dia 9.

Pelo que foi apurado, 23 imagens de vídeo possivelmente mostram que Reginaldo, além de baleado, também foi torturado pelos dois vigilantes. Parte das imagens que pode comprovar a tortura estaria na farda dos vigilantes. No entanto, somente a autoridade policial pode confirmar a versão.

Outro fato que pesa contra os vigilantes é que o disparo aconteceu por volta de meio dia, mas a polícia só foi acionada às 16h. Durante esse tempo, o passarinheiro pode ter agonizado por horas no matagal (ou pode ter sido torturado).

De acordo com a versão apresentada pelos seguranças, Reginaldo teria colocado a mão na cintura e dado a impressão que tinha uma arma quando foi abordado. No entanto, o passarinheiro não estava armado.

O homem tinha, inclusive, uma deficiência na perna, justo a que foi atingida, e mal conseguia andar, quanto mais roubar ferragens. O passarinheiro deixou órfãos oito filhos.

Na época do ocorrido, a Segurpro, empresa em que os vigilantes trabalhavam, emitiu nota dizendo que colabora com a apuração dos fatos e reforçou que seus vigilantes são profissionais formados em escolas reconhecidas e controladas pela Polícia Federal, treinados especificamente para esse tipo de operação.

A Vale também se posicionou e informou que acionou administrativamente a empresa de segurança contratada para apuração rigorosa do fato e que atua conforme código de ética e conduta e política de direitos humanos, e que exige o mesmo de suas empresas contratadas.

 

(Com informações do Correio de Carajás)

 

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