O minério de ferro move o Pará e o mundo. BHP, Glencore, Rio Tinto, Vale e Anglo American, as cinco maiores mineradoras da Terra, estão também na lista das empresas com maior faturamento do mundo, segundo o estudo Fortune Global 500. Esse faturamento é impulsionado pela exploração do ferro.
O minério é uma das principais commodities do Brasil e os preços subiram outra vez, a US$ 138 no meio de 2022, devido a problemas de fornecimento na Austrália e no Brasil, assim como a guerra na Ucrânia.
Mas, além do Brasil, há outros países fortes na produção em larga escala. Abaixo as nações que mais produzem ferro, de acordo com a US Geological Survey.
1. Austrália
2. Brasil
3. China
4. Índia
5. Rússia
6. Ucrânia
7. Canadá
8. Cazaquistão
9. África do Sul
10. Irã
O Pará lidera a produção de minério de ferro do Brasil nos últimos dois anos. O Projeto S11D – ELIEZER BATISTA, localizado em Canaã dos Carajás, possui tecnologia que lhe dá uma boa vantagem competitiva e com minério de ferro de teor aceito no mercado global. Os depósitos da província mineral de Carajás, quando estudados geologicamente desde os finais dos anos 60, mostravam um total de 18 bilhões de toneladas, sendo 7 bilhões no corpo N – Norte e 11 bilhões no corpo S – Sul.
A exploração de jazidas com alto teor de pureza como no caso, atrai investimentos. Há na região outras minas adjacentes que pertencem a outras mineradoras, a exemplo do que ocorreu em Minas Gerais em todo quadrilátero ferrífero. Me refiro à Vale e a outras mineradoras, que projetam negócios no Pará também.
Os principais compradores de minério de ferro do Brasil são: China (68%); Malásia (6,4%); Japão (3,6%). Antes da pandemia, tínhamos 9600 mineradoras ativas no Brasil. A mineração atual, responde hoje por 2,4% do PIB nacional - um montante de R$339 bilhões de faturamento em 2021. Cerca de 2 milhões de pessoas são empregadas pela mineração direta ou indiretamente.
Pará, a bola da vez
Muitas empresas e grupos de um universo de atividades ligadas à mineração, tais como geologia, manutenção e apoio estão indo de Minas Gerais para o Pará. Esse fenômeno acontece devido a expansão da mineração local, incluindo a força do minério de ferro.
As empresas trazem experiência e know-how da secular atividade da mineração em Minas, estado típico mineral, onde 480 municípios atuam com algum tipo de mineração e geram arrecadação da CFEM – mais da metade das 853 cidades mineiras existentes.
A mineração é uma das atividades que melhor remunera e cria uma massa salarial que movimenta a economia local. Uma vez que a indústria da mineração atrai uma cadeia de bilhões em impostos e outros negócio de suporte/suprimentos, manutenção de equipamentos diversos e um universo de serviços, tais como compra de materiais, tecnologia, serviços de limpeza, logística, alimentação de empregados, manutenção civil, saúde, segurança e meio ambiente serviços técnicos. transporte de pessoas, apoio operacional, administrativo, e muito mais.
Assim como Minas, o Pará vive e se beneficia dessa cadeia econômica criada pela mineração. Essa cadeia impulsiona o desenvolvimento de qualquer região e o Pará faz parte deste ciclo minerário – um ciclo que é sustentável.
Tive a oportunidade de conviver mais de 20 anos com Eliezer Batista, um dos grandes expoentes da história da mineração brasileira e que empresta seu nome ao S11D. Ele, que jamais gostou de ser chamado de doutor, sempre dizia que o “desenvolvimento precisa ser sustentável” e que “logística é tudo”. Pois bem, a operação do Projeto ferro Carajás, sistema mina-ferrovia-porto, é, sem dúvida, a condição logística que viabiliza a competitividade do minério de ferro de Carajás e, claro, outras minas de: manganês, cobre, níquel e outros minerais e metais a serem descobertos. O subsolo brasileiro ainda é pouco conhecido.
Na semana que vem voltamos com mais uma análise. Grande abraço!
Rowan Araújo
*Todo o conteúdo desta coluna é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do Gazeta Carajás*
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