Na última quinta-feira (5), a Câmara Municipal de Marabá ficou lotada para uma audiência pública que debateu a (péssima) qualidade do transporte público da futura capital do estado de Carajás. Revoltados com o sofrimento, estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) estiveram presentes em massa na Casa de Leis municipal e colocaram para fora tudo o que estão passando. Do poder público, os estudantes fazem pelo menos 10 exigências possíveis, palpáveis e urgentes. Ao fim da audiência, os estudantes não se mostraram satisfeitos com o desfecho e a história não vai morrer por aí.
Mas bom seria se os problemas em Marabá parassem por aí. Tião está se acostumando com manifestações no município. Seja por profissionais da educação, seja por estudantes universitários, elas estão cada vez mais comuns no município. Nem de longe parece a cidade que reelegeu o prefeito com a maior votação proporcional do estado. Ao que parece, Tião está longe de ser a unanimidade que era há poucos anos - e tudo piora.
A saúde municipal de Marabá segue o histórico trilho do descaso. Problemas estruturais e econômicos, que poderiam ser reduzidos por uma administração mais eficiente, e corroborariam para uma redução expressiva na violência - que toma conta de Marabá.
Tião está com a vida de 300 mil pessoas na mão. Mas parece estar com a cabeça bem longe de Marabá. Na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), talvez...
Como é de conhecimento geral, seu filho, Thiago Miranda, ex-secretário de Esportes do município, é pré-candidato a deputado estadual pelo MDB. O jovem advogado segue visitando cidades vizinhas, dialogando com comunidades. Tião, aparentemente, está mais preocupado com seu poder de transferência de votos para o filho do que com o caos vivido pela cidade que administra.
A necessidade das pessoas não pode estar acima de interesses pessoais, em nenhuma hipótese. E outra, Marabá é o grande reduto eleitoral de Tião e, por consequência, de Thiago. Se não houver foco da gestão em resolver de maneira ágil problemas tão grandes, o sonho de Tião de emplacar o filho na política pode, sim, morrer na Praia do Tucunaré.